A arma da Microsoft na guerra dos buscadores

Qi Lu, é um engenheiro de 47 anos que gosta de trabalhar antes das 6 da manhã, é adversário histórico do Google.
Redmond - Qi Lu sabe melhor que ninguém o tamanho do desafio de encarar o Google. Por quase uma década, Lu desempenhou papel fundamental no desenvolvimento das tecnologias do mecanismo de busca e publicidade da Yahoo. O esforço foi tão importante que a gigante investiu bilhões de dólares na aquisição de empresas, contratação de verdadeiros exércitos de engenheiros e no desenvolvimento e operação de sistemas próprios. Mesmo assim, a Yahoo ficou cada vez mais para trás de seus concorrentes e muitos analistas chegaram a dizer que a empresa havia sido simples­­mente aniquilada pelo Google.

Lu,47, deixou a Yahoo há pouco mais de um ano e agora se encontra novamente liderando uma outra investida contra o Google. Desta vez, entretanto, ele tem o apoio de um empregador que está disposto a gastar nesta missão ainda mais do que a Yahoo: a Microsoft. “É uma mis­­são inacabada que eu gostaria de retomar”, declarou ele.


O desafio para Lu e sua equipe continua sendo enorme, e o su­­cesso parece pouco provável. En­­tretanto, desde que foi escolhido por Steve Ballmer, chefe-executivo da Microsoft,para ser o presidente da divisão de serviços online da empresa, em dezembro do ano passado, Lu, um engenheiro modesto que é um dos executivos mais reservados e atípicos dos altos escalões da indústria da Internet, ganhou a confiança das tropas da Microsoft e ajudou a trazer uma dose de ânimo para uma equipe que se considerava derrotada. Dono de uma energia fora do comum e um ritmo de trabalho maníaco, Lu exigiu bastante de sua equipe para poder dar a Mi­­crosoft uma vitória importante. Após semanas de reuniões sempre marcadas às nove e meia da noite, ele fez com que seus gerentes encontrassem maneiras criativas de estruturar uma parceria arrasadora e complexa com a Ya­­hoo. O acordo, assinado em ju­­lho, irá dar a Microsoft algo que a empresa desejou por anos: uma audiência muito maior que irá fazer do Bing, seu mecanismo de pesquisa, um concorrente pá­­reo para o Google.

Lu e sua equipe ainda têm mui­­to que fazer. Mesmo após so­­mar o tráfego de pesquisas da Yahoo, a participação do Bing no mercado será menos que a metade da participação do Google. Preencher esta enorme lacuna será difícil, em parte devido à maio­­ria dos usuários estarem satisfeitos com o Google, que sempre melhorou o serviço de pesquisas. Durante uma longa entrevista concedida semana passada na sede da Microsoft, Lu declarou que não estava subestimando o desafio. Entretanto, ele acredita que, com o passar do tempo, a Microsoft possui uma chance de oferecer um serviço que é diferente e atrativo o suficiente para competir de forma eficaz. Para a Microsoft, obter sucesso com mecanismos de busca é vital para a saúde corporativa a longo prazo. Para Lu, enfrentar o Google é uma missão que ele se sentiu obrigado a assumir. “Eu encaro isto como uma convocação a uma tarefa”, declarou Lu, que se veste mais como engenheiro do que como um executivo-sênior.

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